terça-feira, 8 de novembro de 2011

Exemplos de Exageros de Motivação Empresarial


Funcionários da AmBev deitavam em caixões

Em fevereiro, a AmBev teve um recurso negado para anular a condenação por assédio moral a um ex-vendedor, que se sentiu lesado pela forma como a empresa “motivava” os funcionários. Segundo ele, quem não atingisse as metas de vendas era obrigado a deitar dentro de um caixão (que representava um profissional morto), era rotulado de incompetente e, às vezes, era representado por ratos e galinhas enforcados na sala de reuniões. A decisão da Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho estipulou uma indenização de 25.000 reais. Esse caso não foi o único na história da AmBev. Em 2006, a empresa foi condenada pelo Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Norte a pagar 1 milhão de reais por assédio moral coletivo. Na época, os vendedores que ficassem fora das metas tinham que ficar em pé durante as reuniões, dançar na frente dos outros e até usar camisas com apelidos. Se, para uns, isso não passa de uma brincadeira, outros podem ver isso como grave assédio, por isso a companhia precisa ficar atenta para não extrapolar. “Às vezes, uma palavra de apoio, um elogio, é muito mais eficaz do que uma atividade mais lúdica de motivação”, diz o consultor Zabala.

Empresa de bebidas Renosa premia os piores resultados

Em vez de enterrar funcionários pouco produtivos, como fazia a AmBev, a fabricante de bebidas Renosa os coroava. A empresa, engarrafadora da Coca-Cola no Mato Grosso, foi condenada em janeiro deste ano a pagar 300.000 reais a um ex-empregado que alegou ter sofrido danos morais. Isso porque a companhia criou dois troféus inusitados para premiar os trabalhadores com pior desempenho na semana. O Troféu Tartaruga “homenageava” o vendedor com menor resultado no período, mesmo alcançando a meta estipulada. Já o Troféu Lanterna era dado ao coordenador com o menor rendimento. O consultor Oscar Zabala alerta para o risco de ações como essa terem um efeito negativo no convívio entre funcionários, prolongando sua exposição. “No dia seguinte, os colegas ainda podem zombar da pessoa e aquele mal se perpetua por mais tempo”, diz. O ex-funcionário, que venceu a ação judicial,“ganhou” o Troféu Lanterna por cinco vezes. Dos 300.000 que ele deve receber, 80.000 são referentes aos danos morais, e o restante diz respeito a regras trabalhistas. Em resposta à decisão, a Renosa disse que a premiação era apenas uma forma de motivar e estimular as equipes de vendas, de forma descontraída, mas resolveu suspender a atividade. A companhia também afirmou que já recorreu da sentença.


Fonte: http://jornal.jurid.com.br/materias/sentencas-1-grau-trabalhista/

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